
O Império Romano foi protagonista de grandes acontecimentos no passado, dignos de roteiros de blockbusters, e a Batalha de Teutoburg é um destes exemplos. Traições, vingança, tropas dizimimadas são elementos encontrados em uma das maiores derrotas sofrida pelo Exército Romano e marcou o fim de qualquer esperança de expansão do Império Romano além do rio Reno.
Se nos grandes episódios acontecidos no passado, há diferentes teorias e relatos, neste é diferente, todos os historiados afirmam a indubitável derrota integral romana nesta batalha, um massacre ao então poderoso Império Romano, e em especial um de seus comandantes, Publius Quinctilius Varus, conhecido por ser impiedoso e cruel.
Se de um lado estava o temido Exército Romano, do outro estavam os guerreiros germânicos, insatisfeitos com Varus, que com sua mão de ferro sufocava a população com altos impostos os empurrando para a fome. Sabemos que esses fatores nunca terminam bem, e uma revolta era questão de tempo.
Porém para entendermos o que levou a este cenário, precisamos voltar mais ainda o tempo. Por volta dos anos de 11 a 9 a.C., após uma vitória de Roma, comandada por Druso I sobre os guerreiros germânicos. Segimerus, chefe de uma das mais nobres casas das tribos germânicas que haviam sido conquistadas, enviou seus filhos Arminius e Flavus para Roma. Este era um costume para os derrotados, chamado Tributo, em outras palavras, eram reféns de Roma para garantir o bom comportamento e submissão de sua tribo germânica.
Em Roma, Arminius e Flavus receberam educação militar, onde Arminius jovem foi convocado pelo Exército Romano e lá desenvolveu sua carreira militar, onde passou a ter cidadania de Roma e chegando a conquistar uma classe elevada, a equites, similar a um cavalheiro.
Paralelo a isso, em já em 7 d.C., o imperador Augusto via que era necessário “romanizar”o território germânico que havia conquistado anos antes, e delegou a tarefa para o severo Publius Quinctilius Varus, junto com as legiões de infantaria XVII, XVIII e XIX. Arminius foi designado também para auxiliar Varus nesta tarefa, e talvez por prepotência ou ingenuidade, não notou que o amargor de rancor ainda amargaca a boca de Varus, que viu Roma invandir suas terras e tirá-lo do convívio de seu povo.
O jovem príncipe dos Queruscos, que agora estaria como militar do Exército de Roma em uma posição de destaque, usou de toda sua influência e conhecimento adquirido em Roma para arquitetar em por em prática seu plano que devastaria as pretensões romanas.
Foi quando em 9 d.C Arminius viu a oportunidade que aguardava, quando Varus e suas três legiões iriam marchar para sua base permanente para o inverno. Arminius planejou um ataque de tribos germânicas em bases romanos em local próximo. Quando a notícia chegou a Varus, e Arminius já conhecendo seu comportamento implacável, disse para Varus que seria fácil resolverem esta questão, e que com um ataque rápido as tribos seriam vencidas.
Varus imediatamente decidiu seguir o conselho de Arminius, sem imaginar que estaria marchando para morte e levando com ele o futuro do Império Romano.
Enquanto marchavam entre a floresta, serpenteando entre um terreno hostil, lamacento e desconhecido, as tribos germânicas dilaceraram as legiões XVII, XVIII e XIX do Império Romano. Ao se depararem com iminente destruição, alguns generais fugiram, outros se mataram para evitar uma morte lenta e dolorosa nas mãos dos guerreiros germânicos, e Varus foi um deles, se jogando sobre sua própria espada.

Quinctilius Varus, devolva-me minhas legiões !
Estas foram as palavras do imperador Augusto, batendo com a cabeça na parede (literalmente!), ao saber da catastrófica derrota.
A derrota foi tão assustadora para os romanos, que a crendice em superstições e a vergonha por ela causada fizeram com que as legiões as legiões XVII, XVIII e XIX nunca mais existissem na ordem de batalha do Exército Romano.
Historiadores afirmam que a derrota na batalha de Teutoburg foi importante não apenas para conter, mas colocar fim ao avanço do Império Romano no norte da Europa.
Vestígios perdidos por séculos
Durante séculos especulou-se sobre o local exato da batalha. Apesar dos relatos documentados, não se sabia exatamente onde os fatos haviam ocorrido. No século XVII, o termo “floresta de Teutoburg” é cunhado e começa a busca que só seria confirmada em 1987, quando Tony Clunn, um militar britânico estacionado em Osnabrück, experiente com o uso de detectores de metais, encontra fundas de chumbo e moedas romanas na região de Kalkriese. Assim, iniciam-se as escavações e pesquisas arqueológicas, e cada vez mais vestígios da batalha de Teutoburg são encontrados.
É possível hoje visitar o museu de Varusschlacht, o qual é muito bem apresentado ao visitantes. As escavações e buscas no local continuam até os dias atuais e ainda somos surpreendidos com novas descobertas.
O episódio foi tão marcante para as tribos germânicas, que até hoje é lembrado, tendo o museu Varusschlacht, em Osnabrücker Land, como seu símbolo. O museu utiliza a tecnologia aliada a descobertas arqueológicas a respeito da batalha, trazendo modelos, ilustrações, e textos, tudo interativo podendo ser acompanhado atrvés de audioguide em alemão e inglês. Certamente, o ponto alto do museu é no topo da torre, onde os visitantes podem admirar uma vista panorâmica do local da antiga batalha.

ROTEIRO HISTÓRICO
Como foi a relação entre romanos e germânicos? Quais vestígios da presença romana na Alemanha podemos ver até hoje? Com nosso roteiro histórico “ROMANOS E GERMÂNICOS“, nós os levamos para uma imersão na história da Alemanha, nos locais em tudo aconteceu.
Para visitar esta e outras atrações na Alemamha em passeios guiados privativos e em portugês, entre em contato!
